Os limites do marketing na advocacia

Advogados autônomos e escritórios de advocacia são marcas pessoais e corporativas que devem ser trabalhadas de forma a fortalecer sua imagem e reputação, além de destacar seus diferenciais competitivos.

Atualmente, essas marcas estão expostas na maior vitrine do mundo: a internet – e larga na frente quem sabe usá-la com sabedoria.

Para desenvolver uma comunicação assertiva, o primeiro passo é a construção do branding, que vai fixar pontos importantes, como público-alvo, persona, identidade visual, linguagem, tom de voz e linha editorial.

Após essa etapa de alinhamento, é hora de trabalhar o marketing. Essa fase requer atenção, uma vez que, no marketing jurídico, os advogados devem observância a preceitos éticos e limitações impostas à profissão, contidas no Estatuto da Advocacia, no Regulamento Geral e no Código de Ética e Disciplina.

Advogados e escritórios de advocacia NÃO PODEM:

  • Fazer publicações divulgando valores de honorários
  • Oferecer serviços de maneira direta (ex.: “ligue agora!”)
  • Fazer telemarketing para captar clientes
  • Entregar folhetos com propaganda do escritório
  • Oferecer consulta gratuita nas redes sociais
  • Anunciar promoções de serviços
  • Enviar e-mail ou mensagem de texto oferecendo serviços
  • Usar fotos de prédios dos Tribunais em materiais de marketing
  • Veicular anúncios em rádio e televisão

Quais estratégias podem ser utilizadas no marketing jurídico?

O Código de Ética da OAB permite a publicidade profissional em caráter técnico informativo. Portanto, o ideal é que o advogado invista em marketing de conteúdo para compartilhar informações úteis e de qualidade nas redes sociais.

Em seu blog, site ou podcast, aborde assuntos jurídicos acessíveis e explicativos. No Instagram, utilize os diversos formatos disponíveis (posts, vídeos, lives) para interagir com o público e criar autoridade em seu nicho de atuação. Recentemente, o Provimento 205/2021 garantiu a possibilidade de patrocínio e impulsionamento, desde que não envolva publicidade com oferta de serviços jurídicos.

Também é possível enviar newsletter, desde que os destinatários tenham previamente aceito receber seus conteúdos. O WhatsApp, por sua vez, pode ser utilizado para enviar informações relevantes para clientes, sanar dúvidas pontuais sobre um caso particular ou criar grupos de discussão de determinados assuntos.

Advogados podem participar em programas de rádio e televisão, desde que as entrevistas não sejam destinadas ao anúncio de serviços. Nessas ocasiões, é possível compartilhar posicionamentos informativos sobre determinado caso.

A publicação de artigos jurídicos em revistas e a participação em palestras ou outros eventos também é autorizada e essas aparições podem ser divulgadas.

Todas as redes sociais fornecem grandes oportunidades para que advogados e escritórios de advocacia se firmem como autoridades em sua área jurídica. Além disso, são ferramentas indispensáveis para aprimorar o relacionamento com o público, atrair e fidelizar clientes.